VOCÊ JÁ SENTIU AMARRADA SEM CORDAS? UM POUCO SOBRE A “SÍNDROME DE BURNOUT”

O celular tocou e no visor, só um nome conhecido. Era uma das minhas amigas pedindo ajuda. Falarei um pouco daquela nossa ligação porque…Quem sabe o problema dela, pode ser igual ao seu?

Nos últimos tempos deste mundo TÃO CONECTADO, sabe para o que menos os aparelhos telefônicos servem? Para chamadas. Ninguém mais se liga. Quando muito, recebemos uma mensagem perguntando se podem nos ligar.  Engraçado isso, porque desde que o telefone existe, sua função principal, era fazer e receber ligações. Agora não mais. Pelo menos; não mais entre amigos. Que estranho isso não? O natural não deveria ser, os amigos estarem sempre se ligando, para poder contar novidades, falar de suas questões e ouvir esse maravilhoso som que é a voz de quem a gente gosta?

As pessoas passam o dia postando e olhando tudo que está disponível nas inúmeras redes sociais e aplicativos. Cada vez mais, formatos surgem para as pessoas poderem INTERAGIR e competir por seus ENGAJAMENTOS. Mas…  Enquanto isso acontece, cada vez MAIS, as pessoas estão MENOS conectadas com elas mesmas e entre si do jeito mais essencial.  Menos perceptivas da importância de se ENGAJAR com elas mesmas de um jeito diferente da sedução imposta.  Das circunstâncias SUBLIMINARES, que minam a consciência e a competência do AUTOCONTROLE e da AUTORESPONSABILIDADE.  Já não  controlam a própria vida e  deixam que ela seja controlada por um jeito errado de viver.  

Dentro de uma mesma casa, não mora mais só uma família.  Mora o mundo inteiro.  Moram os individuais celulares, estes inertes condutores que servem de ponte entre um mundo virtual  e cada um de seus respectivos donos.   Estes, seus donos,  passaram a ser AVATARES de si mesmos,  navegando pelos caminhos do Google, Whatsapp, Messenger, Telegram, Instagram, Facebook, You Tube, Stories, Snapchat,  Reels, Tik Tok, Podcast, Netflix, globo Play e tantas outras opções de distração.

Distraem tanto que,  esquecem de coisas importantes da vida real, como por exemplo, que todo excesso traz desgaste. Aquele desgaste que começa sem conseguirmos perceber e que de repente já tomou conta de todo nosso SER. No trabalho, qualquer que seja ele, cada vez mais o tempo parece escasso.  Cada vez mais,  temos que executar a milagrosa fórmula de “Fazer mais com Menos”.  As Equipes estão cada vez mais enxutas.  Os cargos,  cada vez mais acumulando diferentes funções em profissionais nem sempre formados ou qualificados para exercê-los. Gestores, cobram cada vez mais, metas e resultados para ser alcançado, muitas vezes esquecendo, de na mesma proporção,  dividir seus lucros.    Administrar de forma inteligente, as 24 horas do dia, se tornou cada vez mais difícil.  Novas profissões surgem a cada dia, eliminando a mão de obra que vai se defasando na rapidez do crescimento da Tecnologia.  Atualmente, para se ganhar uma remuneração digna, é preciso fazer cada vez mais. Nos  sentimos engolidos por um monstro voraz chamado tempo, que parece ter hoje, mais pressa do que antigamente.

Com isso, muitos são os profissionais que….  vão experimentando uma tensão constante, uma exaustão extrema. As condições emocionais e Psicológicas vão ficando cada vez mais desgastadas. Vai surgindo um estresse crônico. Uma sensação de esgotamento físico e emocional.  As pessoas vão se isolando. Sentindo uma agressividade incontrolável.  Tudo as irrita com mais facilidade. Vai surgindo queixas de  dificuldade de concentração. Lapsos de memória.  Dificuldade para manter o Foco. Dor muscular e de cabeça. Distúrbio do Sono. Falta de Apetite. Perda de Prazer. A ansiedade vai tomando conta de todos os dias.  Uma sensação de  sentimentos pessimistas em relação à ter esperança nos dias melhores. Todos estes SINAIS de estresse, provocado muitas vezes por condições de trabalho desgastantes, vão nos colocando em um  real  ESGOTAMENTO PROFISSIONAL causado por este excesso de tensão emocional.

Algumas pessoas e também os de comportamentos workaholics,  ficam mais expostas à estas condições pelas características de suas tarefas. A Pandemia acentuou ainda mais,  esse agravamento para alguns como: Profissionais de Saúde em geral, principalmente médicos e enfermeiros. Profissionais de RH,  que precisam administrar novas Logísticas e Métodos,  para obter o mesmo resultado,  com inúmeros profissionais na condição home Office e presencial.  Professores que tiveram que se ajustar as aulas on-line,  em tempo recorde  de adaptação,  com alunos que muitas vezes nem conseguem acompanhar, por falta de recurso e equipamentos. Empresários e Empreendedores, que tiveram que encerrar seus negócios ou ajustar mudanças de carreira, para sobrevir às crises financeiras. Atendentes de Telemarketing, que passam o dia administrando reclamações que não foram causadas por eles.  Profissionais de Vendas que são submetidos à atingir Metas sob pressão constante. Mesmo fora do mundo Corporativo ou do Empreendedorismo, outras pessoas são submetidas à este Stress constante, como pessoas que estudam em demasia para passar em concursos ou Universidades.  Mulheres com dupla e tripla jornada que precisam dar conta de inúmeras tarefas. Jornalistas, Bombeiros, policiais.   Tudo isso, gera DISTÚRBIOS como a “SÍNDROME DE BURNOUT” (Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional), que é uma doença reconhecida e identificada em grande parte da população, causando afastamento do trabalho e comprometimento tanto para a vida da pessoa que sofre com a Síndrome, como afeta seu relacionamento interpessoal e familiar, em função desta incapacidade de levar a vida com normalidade.  

Este Distúrbio foi citado na Literatura Médica pela primeira vez em 1974 por Freudenberger , um psicólogo norte-americano, e depois, vários estudos sobre este assunto foram realizados e hoje temos inclusive CID (Código Identificação Doença) para identificar o transtorno.   Existem pesquisas do ISMA-BR International Stress Management Association no Brasil citando que cerca de 33 milhões de brasileiros sofrem deste problema.  Eles citam que 70% dos Brasileiros tem alguns problemas com estresse e destes, cerca de 30% podem realmente desenvolver o Burnout.

A pessoa sente como se estivesse AMARRADA SEM CORDAS. A maioria das doenças mentais são incapacitantes. Exatamente por isso, quando identificar seus primeiros sinais, deve buscar um profissional para um Diagnóstico Clínico e adequado encaminhamento para o tratamento.   No caso da SÍNDROME DE BURNOUT (O termo BURNOUT é norte americano e significa “chamuscado-queimado”), o diagnostico é feito com base no levantamento do histórico do paciente que geralmente relata uma relação com o trabalho extremamente estressante, com ansiedade e nervosismo intenso que leva a pessoa ao seu limite físico e emocional sentindo-se desmotivada, cansada e esgotada. O Profissional,  pode fazer indicações de medicação controlada de antidepressivos e psicoterapia.   

Para PREVENIR, é recomendável uma mudança de estilo de vida.   Praticar Exercícios físicos regularmente porque eles liberam tensões musculares e cria uma rotina de vida mais saudável. Ter uma alimentação adequada e balanceada que ajudará a dar mais energia ao corpo. Priorizar atividades de lazer. Diminuir as cobranças e manias de perfeição exagerada. Buscar Exercícios de Equilíbrio e Relaxamento como Ioga, Meditação, Dança, Hidroginástica. 

Vale lembrar que o caminho do meio é sempre o mais prudente. EQUILÍBRIO é tudo na vida. Somos uma Máquina Humana, e toda máquina desgastada, não funciona bem. Se deseja EVITAR um PROBLEMA deve ir na contra mão do que o causou.

Sonia Garcia Diretora Executiva da UNIVERSO Consultoria & Serviços. 

Especialização em PNL Practitioner

Especialista em Gestão de Pessoas

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Sonia Garcia

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