TEM UM JORNALISTA NA MINHA EMPRESA, E AGORA?

Por Luiza Xavier

O carnaval de 2019 foi inesquecível para mim. Não por ter desfilado na Marquês de Sapucaí ou viajado para algum resort paradisíaco no Nordeste. A verdade é que naquele feriado, enquanto as ruas do Rio de Janeiro ferviam, eu era internada e submetida a uma cirurgia de emergência que salvou a minha vida. Ufa! 

 

A partir daquele acontecimento, passei a prestar muito mais atenção àquilo que realmente importa. E a escolha do jornalismo como profissão e propósito de vida está nesta minha lista de itens essenciais para a minha satisfação pessoal. E, por que não dizer?, para a minha felicidade. Ser feliz com o trabalho que escolhemos para realizar não tem preço.

 

Tive a sorte de trabalhar sempre na minha área de estudo. Sou jornalista desde os 18 anos, quando fui aprovada para o primeiro estágio em uma emissora de rádio FM no Rio de Janeiro. Muitos acontecimentos marcaram essa trajetória. São 30 anos “na estrada”. Três décadas que também marcam as mudanças radicais e profundas pelas quais passou (e passa) a comunicação social no Brasil e no mundo. 

 

Aprendi redação jornalística datilografando textos em máquinas de escrever; hoje, digito na tela de um smartphone. Vi o surgimento da notícia em tempo real e o fim de jornais e revistas impressas. Se o modo de consumir notícia mudou, o profissional que as produz precisa mudar junto. Foi o que fiz. E tenho feito. E é o que recomendo a qualquer um – afinal, que atividade não foi impactada pela tecnologia digital? 

 

Comunicação para o sucesso dos negócios 

 

A necessidade da reinvenção profissional me fez perceber a necessidade que empresas de todos os portes, empreendedores e profissionais têm de se destacar em seus respectivos mercados de forma positiva. Todos sabem que a comunicação é fundamental para atrair clientes e fechar mais negócios. Porém, será que basta estar nas redes sociais ou pagar por anúncios? Não, sem estratégia e integração, esses investimentos se perdem. E, pior, podem levar à frustração e à desistência.

 

Ao pesquisar e estudar a comunicação integrada percebi que minha experiência profissional poderia ser redirecionada, e que seria possível continuar fazendo o jornalismo em que acredito para lançar no mundo, agora cada vez mais digital, notícias sobre produtos, serviços e pessoas que fazem diferença e que têm o que dizer. Acredito que a informação verdadeira e útil pode transformar a sociedade. 

 

E assim, passei a ser a jornalista que entra nas empresas, apura as informações, faz entrevistas com os porta-vozes (e até treina representantes da marca para falar por elas, caso seja necessário)  e identifica o que é notícia. Como, quando e para quem será divulgada. 

 

Tudo isso levando em conta a comunicação feita pela marca (ou pelo profissional) em outros meios, como redes sociais e anúncios publicitários. Todos eles precisam “conversar” entre si. A informação que é apresentada para funcionários, clientes, fornecedores precisa estar alinhada e ser coerente com aquela que é lançada nas redes e divulgada para a mídia. 

 

Sei que ainda há um longo caminho a percorrer para que a comunicação integrada e o uso das técnicas do jornalismo sejam aceitos com naturalidade e tranquilidade por empresas e marcas em geral. Lembra de quando falei sobre minha internação? Pois bem. No primeiro dia que consegui caminhar pelos corredores do hospital, acompanhada pela fisioterapeuta, ouvi de um dos diretores médicos o seguinte comentário, em tom de gozação:

 

“Fulana, cuidado! Veja aonde você vai levá-la. Ela é jornalista, se achar alguma coisa errada vai nos denunciar.”

 

Errado ele não estava. Brincadeiras à parte, é fato que o jornalista contratado para cuidar da comunicação de um profissional liberal, uma empresa, uma marca ou uma instituição é um aliado de quem está na liderança. E, sim, caso identifique algo errado, fará de tudo para solucionar o problema antes que ele se torne uma crise de imagem. Fazer a gestão da imagem da marca, da empresa ou do profissional que o contratou também pode ser uma atribuição do assessor de comunicação.

 

Estar totalmente comprometido com os objetivos e a essência da marca pessoal ou profissional a ser divulgada é a premissa básica para a comunicação adequada, que alcance de forma eficiente todos os públicos envolvidos. Afinal, a comunicação deve engajar, aproximar, facilitar a compreensão da mensagem emitida por quem a está recebendo. E quanto maior for o entendimento e a compreensão do que está sendo divulgado, maior será a chance de sucesso de qualquer empreendimento.

 

 

Luiza Xavier é jornalista, graduada pela Faculdade de Comunicação Hélio Alonso (FACHA) em 1992, com especialização em comunicação corporativa e marketing digital. É também assessora de imprensa, produtora de conteúdo e copywriter. Criou a Dupla Criação Comunicação & Eventos, onde desenvolve projetos para destacar e alavancar negócios de empreendedores e profissionais liberais de diversas áreas.

 

Já trabalhou como repórter, redatora e editora nos mais diferentes veículos de comunicação, como O Globo, Jornal do Brasil, Jornal do Commercio, Rádio CBN, Rádio e TV Bandeirantes, portal Tecnoblog, entre outros.

 

Tem interesse em empreendedorismo feminino, economia da vida real, finanças pessoais, consumo e direito do consumidor. E tudo que está relacionado ao comportamento humano. Recentemente, idealizou o coletivo Mulheres da Comunicação, que incentiva a troca de ideias, dicas e oportunidades entre jornalistas, publicitárias, relações públicas e demais profissionais da área.

 

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