A verdadeira compreensão sobre o que é mentalidade nos permite elucidar questões íntimas que afetam a forma como tomamos as nossas decisões, sejam elas de caráter pessoal ou profissional.
Nossas decisões podem impactar de forma sutil na nossa rotina e cotidiano, mas também de forma profunda no longo prazo, atingindo múltiplos domínios da nossa vida. Assim como uma pedra lançada em um lago de águas calmas causa múltiplas ondulações que se propagam até a margem, nossas decisões causam consequências em múltiplas esferas das nossas vidas que se propagam por longos anos.
Cada um de nós tem o poder de se lançar e expandir horizontes no lago da vida em múltiplos planos. Porém, é certo que se não houver ação para transformação, o lago continuará intacto, em paralisia e inércia.
Viver, assim como empreender, é ter a mudança como a única certeza. Precisamos tomar as melhores decisões para realizar mudanças, estando certos de que haverão consequências, positivas ou negativas, nas nossas vidas ou negócios. Devemos ainda assumir nossas escolhas com responsabilidade, tendo em mente as consequências que geramos para nós mesmos e para os que direta ou indiretamente, são afetados por nós ou estão envolvidos nos nossos negócios.
Portanto, para vivermos e empreendermos plenamente, faz-se necessário compreender como tomamos decisões. Para isso, devemos ressignificar a importância da nossa mentalidade.
Mas, se é um tema tão importante, o que é afinal mentalidade?
Mentalidade (ou mindset, em inglês) refere-se a configurações ou padrões, à maneira de se pensar, se comportar e até de se julgar. Mindset é a composição de duas palavras: mind (mente) e set (configuração), ou seja, mindset é nada mais nada menos do que a configuração da mente. Relaciona-se à forma como organizamos os pensamentos, enxergamos o mundo, nos comportamos e tomamos decisões.
A mentalidade é nata ou hereditária?
Segundo estudos e pesquisas da professora e psicológica Carol S. Dweck, consolidados em seu best seller “Mindset: A nova psicologia do sucesso”, a forma como lidamos com situações é relacionada às nossas crenças, sejam elas oriundas do ambiente em que vivemos ou dos nossos próprios pensamentos, que assumimos ou acreditamos serem verdade ao longo da vida.
Portanto, sabendo-se que as crenças não são de origem genética e que são seguramente algo que assumimos como verdade, pode-se concluir que a mentalidade pode ser reprogramada. Ter as rédeas nas mãos, decidir o modo como fazemos nossas escolhas e como nos comportamos, é ter o poder de protagonismo na vida pessoal e profissional.
Quais são os tipos de mentalidade que existem?
As pessoas podem ser separadas em dois grandes grupos em relação à forma de assumir sua mentalidade. O primeiro grupo é aquele que se caracteriza por ter uma mentalidade fixa, enquanto o segundo grupo apresenta uma mentalidade de crescimento. Não existe certo ou errado em ser de um grupo ou de outro. Existem, na verdade, consequências.
Conhece alguém que não se candidata a uma vaga de trabalho em que é exigido falar inglês com fluência? E que, apesar dessa pessoa cumprir todos os demais requisitos e ter as competências necessárias para vaga, perde a oportunidade de candidatar-se simplesmente porque não sabe inglês? Quando perguntada o porquê de nunca ter estudado e se dedicado, responde que não tem habilidade, que estudar idiomas não é pra ela, ou que não nasceu com essa facilidade e, consequentemente, não adianta tentar, pois não tem jeito de mudar o seu status em relação a isso.
Será que conhece alguma amiga ou amigo com sobrepeso que já tentou emagrecer, começou várias diferentes dietas, se inscreveu na academia e abandona tudo em poucas seções dizendo que não tem jeito, não nasceu para fazer exercício e que tudo isso é um sacrifício?
Esses são dois exemplos de pessoas que têm mentalidade fixa. São pessoas mais inseguras que duvidam de suas capacidades. São pessoas que não conseguem desenvolver novas habilidades por medo de expor sua vulnerabilidade e por ter aversão ao risco.
Para fazer um contraponto a esses dois exemplos, imagine que a pessoa que tem dificuldade em aprender inglês, apesar de compreender a sua dificuldade inicial, não desiste e continua em busca de novos formatos de aprendizagem, através de música, filmes, livros, ou cursos que despertem o seu interesse, tendo clareza de que desistir não é uma opção.
No caso daquela amiga ou amigo com sobrepeso, ao invés de desistir, estabelece pequenas metas diárias ou semanais, compreende por que precisa de uma alimentação saudável e de exercícios físicos, saindo de uma visão pequena de se manter na zona de conforto para uma visão de longo prazo e de qualidade de vida.
Esses dois últimos exemplos são de pessoas com mentalidade do crescimento. Não desistem, acreditam que podem desenvolver outros talentos desde que se dediquem para isso. São pessoas persistentes, otimistas, de pensamento positivo, resilientes e que conseguem transformar uma dificuldade em oportunidade.
Como desenvolver a Mentalidade Empreendedora?
Para desenvolver uma mentalidade empreendedora é preciso sair do personagem de vítima sofredora, se livrar de crenças e sabotadores que paralisam o seu crescimento e desenvolvimento empresarial.
A pessoa com mentalidade empreendedora assume riscos, sabendo que se errar vai reavaliar os fatores críticos que levaram à falha e vai fazer novas tentativas. Ela não tem medo do erro e segue com resiliência, otimismo e criatividade na busca de soluções. Ela também desenvolve seu networking, faz conexões, compartilha conhecimento e promove a colaboração, estimulando todos a compartilhar ideias e sugestões em busca de melhoria contínua nos processos, produtos e serviços.
Quem tem mentalidade empreendedora sempre desenvolve um plano, uma estratégia para entrar em ação. Porém, muitos desses empreendedores não entram em ação, achando que não estão prontos ou não são bons o suficiente. Por outro lado, alguns entram em ação com a cara e com a coragem, na emoção, porém sem ter uma estratégia e um plano. Assim, ficam à deriva e à mercê da sorte.
Em contrapartida, os empreendedores mais propensos a alcançar o sucesso constroem estratégias baseadas em 3 pilares: criatividade, inovação e viabilidade financeira. Estes utilizam ferramentas de gestão que os guiam e os auxiliam no acompanhamento dos resultados. Dessa forma, se necessário, são capazes de avaliar ajustes de rota e traçar novas estratégias para retomada dos resultados e superação das metas. Muitas decisões são tomadas ao longo da jornada de um empreendedor, portanto, para se ter consistência é fundamental ressignificar crenças e reprogramar a sua mentalidade empreendedora.
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Márcia Thimóteo: Engenheira, Executiva com mais de 25 anos no mercado corporativo em grandes multinacionais, Auditora de Negócios e Planejamento Estratégico, Membro da ABMEN – Associação Brasileira de Mentores de Negócios, Mentora certificada pela Global Mentoring Group, Diretora de Projetos da ACENIL, Empreendedora, CEO da Consultoria em Gestão Empresarial especializada em start-ups, micro e pequenas empresas. Co-autora do livro Revolução 50+ da Editora Leader. É membro do ISFP – International Society of Female Professionals – New York, colunista da revista digital Alou News e idealizadora do movimento Mulheres in Rio. Seu propósito é desenvolver o Empreendedorismo Feminino, através do método 3C gerador de conexões, conhecimento e colaboração.
Sua frase inspiradora: “” Lutar sempre, vencer às vezes, desistir jamais”””