CERTO OU ERRADO?

– Oi! Consegue me ouvir?

A ligação não completou!

Mas encontramos outro meio e foi ótimo saber de você. Sua mensagem chegou em boa hora já que a conexão estava tão complicada. Várias foram as tentativas. Como isso tem acontecido, não é?

Vivemos tempos mágicos em que pensamos e nos comunicamos rapidamente por texto ou áudio. Mas essa ligeireza, fico pensando, por vezes nos distancia do glamour da escrita, que aguardava a chegada daquele importante carteiro, por exemplo. E na porta um sorriso era liberado quando entre outros o envelope esperado se destacava. 

Sem dúvida, essa maneira atual e repentina de comunicação mantém vínculos, até os afetivos, colocando em dia notícias importantes, outras corriqueiras e novidades inesperadas. É mesmo o que dispomos sendo um tempo de inúmeras falas, fotos, notificações e até fake news. Guardadas as restrições seu valor é indiscutível.

Estou aqui lembrando o que curiosamente nos levou ao contato. Foi uma notícia controversa, um texto que nos interrogou e trouxe interesse mútuo, por isso fomos à pesquisa. Adorei saber o encontro de nossa motivação!

Engraçado porque no mesmo instante que você também li a matéria. Chamou minha atenção no destaque do fato citado a importância de rever o respeito a nós mesmos, ao outro e ao que ocorre ao redor, quando a capacidade de análise do conteúdo e contexto de uma questão é considerada no tempo em que acontece e valores individuais expressos. Respeito à opinião.

Entre o certo e o errado há a percepção de fatos e palavras, ou deveria haver. Há a capacidade de compreensão da situação, separando os vários pontos com bom senso e clareza. Há a perspicácia para entender com facilidade aquilo que ocorre e pode ser momentaneamente difícil de aceitação. Há a lucidez que admite e sente. Há o equilíbrio do olhar individual sem imposições e julgamentos. Há possibilidade de paz.

Já na confusão ou imposição das “verdades” a realidade tende a se perder, a transparência pode assumir duplo sentido sem a limpidez necessária. O “meu certo” e o “seu errado” abrem espaço interminável para uma energia desafiadora que propaga distanciamento e separa. 

As verdades precisam mesmo ser revisadas constantemente. As verdades podem estar repletas de experiências do que nos foi dito lá atrás, de registros desnecessários, talvez muito mais do que realmente foi vivido para ser mantido. Cada um traz consigo sua bagagem, a herança individual com características marcantes. As recordações podem nos visitar de forma incompleta até por sobrecarregarmos nossa memória com coisas passageiras que maquiam quem realmente somos em essência. E corremos o risco de transformá-las em algo impróprio.

E então?

A nosso favor surge a possível capacidade e habilidade inteligente de entender e solucionar adversidades ou mesmo problemas até como adaptação a circunstâncias novas. A criatividade amplia horizontes. Isso é maravilhoso! 

Outro aspecto a considerar é o da vulnerabilidade como uma possibilidade até certo ponto desafiadora. Aceitar a imperfeição nos fortalece. Isso é incrível! Algumas dúvidas a esse respeito podem nos rodear. Abrir espaço para compreender amplia horizontes.

Li a respeito: “A vulnerabilidade soa como verdade e sente-se como coragem. Verdade e coragem não são sempre confortáveis, mas elas nunca são fraqueza.” – Brené Brown

Quais os ganhos?

A leveza na coragem de expor autenticidade de maneira compassiva consigo mesmo e com o outro, a leveza de ser sem imposição. A boa convivência, união de sentimentos, inteligência no com-viver. O que se opõe não precisa ser inimigo. Não há que ampliar desgastes. As diversidades se unem. Conexões ficam fortalecidas. A essência dos fatos é o ponto a ser explorado. Em tom de diálogo, pacto, acordo, convenção… ou simplesmente de ajuste sensato. 

Nossa maior ilusão enquanto humanos é a de separação. 

Despir-se de armaduras, do medo de julgamento, da não correspondência às expectativas dos outros tendem a produzir momentos mágicos.

A consciência do que se sente e das necessidades não atendidas assim como as do outro abre espaço para sentimentos verdadeiros no que se expressa, em relações de diálogo empático.

O EU sendo usado na busca de ser reconhecido, respeitado, apoiado, amado… encontra o OUTRO com igual busca. O respeito ao espaço ocupado por cada um minimizando o confronto em prol do encontro de ideias e escolhas variadas importa na riqueza de conteúdo. E os aprendizados constroem projetos enriquecedores.

Filosofamos um pouquinho, bem sei. Você me ajudou e ajuda muito ao trazer maravilhosos questionamentos.

Em resumo, estamos buscando ampliar o uso de uma plena visão. Ao colocar luz pode-se ver a situação sem limitações. Vemos o que vemos por essência sem tentativas de interpretação. 

Vamos combinar um novo bate-papo? Aguardarei seu contato. Nesse tempo, ficarei atento reunindo alguns acontecimentos que nos inspirem respostas no mínimo criativas.

Certo ou errado? A sugestão é mesmo repensar.

Do sempre fiel amigo

DISCERNIMENTO

Em tempo! Este texto foi escrito por mim, Clarisse Maria, facilitadora do Jogo da Transformação e outras dinâmicas de autodesenvolvimento. Nele dou voz a uma qualidade que nos pertence. 

O DISCERNIMENTO é uma das inspirações reveladas na realização do Jogo. Suas criadoras mensalmente nos presenteiam com mensagens significativas vindas de Findhorn/Escócia e que podem ser acessadas no blog TRANSFORME, através do link https://www.vivasuatransformacao.blogspot.com e nos encontros mensais on-line INSPIRAÇÕES que Iluminam. 

Seja bem-vinda!