“Calma, minha filha, respira!”
Quem nunca ouviu isso em algum momento de sua vida em que estava mais agitada, vivenciando alguma situação de estresse, nervosismo? E não se trata apenas de conselhos sábios ouvidos de algum familiar ou amiga(o), pois existem estudos científicos que ratificam esse conhecimento.
Os sentimentos desencadeiam uma série de reações físicas no nosso cotidiano. Sentir alegria, raiva, tristeza, frustração, angústia, tudo isso afeta nosso corpo físico. Sabe aquelas dores de cabeça, dores de estômago que aparecem quando estamos em alguma situação delicada, estressante? E quando estamos ansiosos, como fica nossa respiração? Certamente mais curta e rápida, aumentando nossos batimentos cardíacos.
Nunca ninguém nos alertou que era possível gerenciar as nossas emoções, melhorando nossa comunicação, as decisões, e não afetar nossa saúde física e mental. E desde o início da pandemia de Covid-19, nos deparamos com nossos medos, inseguranças com uma intensidade maior, e percebemos o quão importante é a respiração para nossa sobrevivência. Esse cenário complexo e delicado, nos transformou em seres humanos obcecados pela respiração, pois tomamos uma consciência maior que ela é um pilar da saúde que não dávamos a atenção necessária.
Mas como tudo isso acontece? Quando estamos em uma situação de estresse, o sistema nervoso simpático dispara adrenalina e noradrenalina na nossa corrente sanguínea para nos manter alertas, prontos para lutar ou fugir, entendendo que aquela situação pode ser uma questão de sobrevivência. Nesse momento, o cortisol (hormônio do estresse), aumenta a sua dose em nosso organismo, fazendo com que permanecemos um tempo maior do que gostaríamos para voltarmos ao normal, ou seja, nos mantemos agitados por mais tempo. A consequência é uma “bomba” de radicais livres que atacam nossas células e provocam resultados nada agradáveis, trazendo mais tensão no corpo, comprometendo a digestão, intestino e outros órgãos.
Ao vivermos em constantes situações sob pressão, acabamos entrando num cenário delicado, não conseguindo desacelerar, podendo gerar um estresse tóxico, que afeta nosso aprendizado, relacionamentos, sistema imunológico, tolerância, paciência, e outras fragilidades.
Dois psiquiatras de Nova York, dr. Richard Brown e dra. Patrícia Gerbarg, autores do livro “O Poder Curativo da Respiração”, descobriram que os pacientes que praticavam a respiração de forma lenta, inspirando e expirando pelo nariz, atenuavam os sintomas de ansiedade, depressão e outros transtornos mentais. A respiração controlada pode promover a cura, e dr. Richard Brown diz que ela muda a resposta do sistema nervoso autônomo, que controla os processos inconscientes do nosso corpo, como a frequência cardíaca, a digestão, a excreção, o suor, assim como a resposta ao estresse do corpo.
Talvez não tenhamos a menor ideia, mas existem muitas maneiras de respirar, assim como existem muitos alimentos para comer. E cada maneira que respiramos, afeta nosso corpo de forma diferente. Alguns médicos, pesquisadores que estudam mais profundamente a respiração, dizem que a maioria das pessoas respira de forma inadequada. A maneira como tomamos o ar e o expelimos dos nossos pulmões, é tão importante quanto ao que escolhemos para comer.
Para termos a experiência de que as emoções estão diretamente ligadas à nossa respiração, experimente fechar os olhos por alguns segundos e lembrar de alguma situação desagradável, onde as emoções eram de estresse, pressão, desconforto. É possível que ao relembrar nossa respiração fique curta, presa na região da garganta, coração mais acelerado, gerando mais cortisol e adrenalina para nosso corpo, pois estamos trazendo de volta uma situação angustiante.
Agora procure relembrar algum momento de alegria e felicidade que tenha vivenciado, observando os detalhes que envolve essa situação. É bem provável que a respiração fique leve, sendo possível inspirar profundamente inflando o abdômen, e contraí-lo ao expirar.
Respirar de forma adequada contribui para a liberação de toxinas, além de enviar algumas mensagens ao nosso cérebro para ajustar o sistema nervoso e gerenciar melhor as nossas emoções. E essa tomada de consciência do ato de respirar, não respirando de forma automática, e sim, exercitando a atenção plena, observando o ar entrando nos pulmões, a temperatura que ele entra e sai dos pulmões, nos ajuda a trazer a mente para o momento presente, além de diminuir a frequência cardíaca e nos trazer uma sensação de relaxamento.
Através de alguns estudos, a Universidade de Chicago mostrou que a respiração nasal influencia na resposta emocional do cérebro, que não acontece o mesmo quando a respiração é feita pela boca. Desacelerar a respiração contribui para um maior bem-estar. Ao inspirar lentamente ativamos a autoconsciência e a autorregulação emocional, e ao expirar ativamos o sistema nervoso parassimpático que traz mais relaxamento e contribui para a recuperação do corpo após ter tido fortes emoções.
Trazer essa consciência da respiração para nossa vida, pode nos trazer mais clareza mental, foco, concentração, além de fortalecer a nossa resiliência. O que acha de gerenciar as emoções através da respiração com algumas técnicas simples?
*Dica 1 – Para desacelerar a mente agitada
Inspire pelo nariz lentamente, contando até quatro. Segure a respiração por alguns segundos. Expire pelo nariz lentamente contando até seis. Segure novamente a respiração por alguns segundos e reinicie o processo inspirando. Faça alguns ciclos observando a sua mente e moções, sem julgamentos.
*Dica 2 – Em situação de estresse
Inspire profundamente de forma lenta e expire soltando o ar pelas narinas com mais vigor e mais rápido. Se for possível, procure fechar os olhos e faça algumas vezes. Perceba que essa técnica contribui para eliminação das tensões e toxinas.
*Dica 3 – Antes de uma reunião ou para dormir
Coloque o polegar da mão direita sobre a narina direita e o dedo anelar da mesma mão na narina esquerda. Feche a narina direita com o polegar e inspire lentamente pela narina esquerda. Feche a narina esquerda com o dedo anelar e expire lentamente pela narina direita. Inspire lentamente pela narina direita (que acabou de soltar o ar), e feche novamente com o polegar, expirando lentamente pela narina esquerda. Repita esse processo algumas vezes e, preferencialmente, com os olhos fechados para levar a atenção interna, para o relaxamento da mente.
As técnicas de respiração podem nos trazem um alívio profundo do estresse diário e nos curar de uma série de doenças. Diversos estudos científicos da Harvard Medical School, Columbia College of Physicians and Surgeons e outras instituições descobriram que a técnica Sudarshan Kriya, ensinada nos programas da Organização Internacional Arte de Viver, era um tratamento altamente eficaz para doenças, desde estresse crônico a dores nas articulações e doenças autoimunes. E se você quiser aprendê-la, é possível no formato online do programa Happiness Program.
Como respiramos realmente importa, pois é um grande benefício para nossa saúde física e mental. A escolha é nossa.
Lembre-se que a qualidade da nossa vida é proporcional à qualidade da nossa mente.
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Com mais de 30 anos de experiência, foi executiva na área comercial em empresas de grande porte no segmento bancário, varejo e telecomunicações, obtendo uma vasta experiência em gestão de equipes, formação de lideranças, e viveu intensamente o estresse corporativo, gerado por inúmeras demandas.
Com a experiência vivida, identificou o momento ideal para uma transição de carreira e se aprofundou no conhecimento do comportamento humano, se especializando em Psicologia Positiva, Ciência do Bem-estar e Autorrealização, além de cursos realizados na Índia pela Organização Internacional Arte de Viver.
Atua há 5 anos na implementação de cursos de gerenciamento de estresse e técnicas de liderança juntamente com as ferramentas utilizadas no TLEX Institute –Transformational Leadership for Excelence.
Palestrante e consultora para temas com foco em liderança, inteligência emocional, saúde mental e bem-estar, motivação para times de vendas, técnicas de gerenciamento do estresse, fortalecimento da saúde mental e bem-estar com foco na produtividade.
Graduada em Administração de Empresas, com MBA em Gestão Empresarial (FDC), pós-graduada em Psicologia Positiva, Ciência do Bem-Estar e Autorrealização (PUC-RS), com formação em Mentoring (Erlich Pessoas & Organizações).
Instrutora de cursos de técnicas de respiração e meditação da Org. Internac. Arte de Viver, Consultora e instrutora de programas corporativos de liderança e gestão da mente do TLEX Institute.
Co-autora do livro “Empreendedoras de Alta Performance –Rio de Janeiro”, 2019, Editora Leader.