COMO ATIVAR OS RECURSOS DO CAPITAL PSICOLÓGICO PARA FORTALECER SUA MARCA EMPREENDEDORA

Por Patricia Gonzalez

Recentemente, em uma reunião online com um grupo de empreendedoras – todas muito assustadas, claro, com os rumos dos seus negócios neste cenário de grandes incertezas, carregado de tintas pela pandemia da Covid-19 – falávamos sobre a necessidade de desenvolvermos ou potencializarmos certas habilidades e competências para minimizar os impactos das ações do imponderável sobre os nossos sonhos.

 Para além das questões específicas relacionadas ao cenário do mercado de atuação de cada uma delas, explicava que, diante de situações complexas, saber como sacar os recursos do que a Psicologia Positiva denominou de “capital psicológico” é uma das melhores técnicas para gerar resistência diante das adversidades.  

Na prática, o que isto significa?

 Significa que temos, dentro de nós, uma “conta corrente psicológica”. São os traços que dizem tudo sobre o nosso jeito de ser e de agir na caminhada diária da vida.  Combinar estes elementos com o conjunto de habilidades e competências que vamos desenvolvendo ao longo de nossa existência, por meio de muito foco e exercícios diários, eleva a capacidade de aprendizado, inovação e superação. 

       Neste momento, você pode estar se perguntando: “mas, como saber exatamente o volume de recursos que eu tenho dentro desta tal conta corrente?” e, indo além, “de que forma posso dispor deste capital diante das situações complexas que se apresentam?”. 

A verdade é que, como quase tudo na vida, não existe uma fórmula mágica. Porém, um exercício profundo de autoconhecimento é fundamental para ajudar a mapear, exatamente, quais ferramentas internas podemos acionar, imediatamente, ou o que precisamos desenvolver, ainda que em menor escala, para dar suporte a algum movimento importante que seja necessário realizarmos no âmbito pessoal e profissional.

       O conceito de capital psicológico foi criado pelos pesquisadores Fred Luthans, Bruce Avolio e James Avey, da Universidade de Nebraska, em 2007. Desde então, vem ganhando força dentro das organizações. Refere-se a um estado de desenvolvimento positivo formado por quatro quadrantes: otimismo, esperança, autoeficácia e a tão evocada resiliência. 

      Como profissional de comunicação, com larga experiência em gestão de marca, sempre fui muito preocupada em aprofundar o olhar para as dimensões humanas dos líderes que orientei. Na formação em Psicologia Positiva e em Análise Comportamental, encontrei muitas das ferramentas que precisava para ampliar a visão sistêmica em relação ao meu trabalho, afim de elevar os resultados com gerenciamento de reputação e imagem. Mapear e contribuir para potencializar o capital psicológico dos profissionais que atendi, foi um dos grandes ganhos desta minha especialização.

       Mas, para que você possa entender melhor o que prometi lá em cima, no título, contarei tudo o que expliquei ao grupo de empreendedoras durante a reunião na qual compartilhamos anseios e expectativas em relação ao cenário pós-pandemia da Covid-19. É claro que não se trata de dizer para você estalar os dedos e, num piscar de olhos, tornar-se extremamente otimista, esperançosa, altamente eficaz e resiliente de uma hora para outra. Há um trabalho sério, focado e comprometido a ser realizado. Este contexto de dimensões reais ainda desconhecidas demanda de todas nós, empreendedoras, o uso de muito conhecimento e estratégia para antever situações, traçar cenários e buscar saídas. E, para que isso seja bem sucedido, é preciso sair da zona de conforto e… agir! Pronta?

        Então, vamos, finalmente, aos elementos que formam o capital psicológico:

  1. Otimismo: deve sempre vir lastreado por uma boa dose de realismo. De que forma? Desenvolvendo seu plano de ação com base em um cenário difícil, mas fazendo uma atribuição positiva sobre ser bem sucedido agora e futuramente. Aqui, este realismo pode e deve significar uma análise profunda de seus comportamentos, habilidades que possui e as que precisa desenvolver, crenças limitantes que necessitam ser reformuladas. Urgentemente!

 

  1. Esperança, por sua vez, é o ato de perseverar em direção aos seus objetivos. Porém, sempre de forma fundamentada. Um bom caminho é criar dois ou três cenários a serem seguidos, com suas respectivas metas e possíveis planos de correção de rumo, quando necessário. Visualizar as saídas, o plano B – C ou D, se for o caso – é essencial. Metas claras e bem definidas, com uma boa carga de iniciativa e energia para fazer acontecer.

 

  1. Autoeficácia: representa a autoconfiança que você tem para realizar as suas atribuições. Você conhece alguém com habilidades altas e baixa eficácia? Isso acontece em casos nos quais o profissional atua em algo que não conhece efetivamente. Já vi muitas situações como esta, nas quais pessoas com competência elevada foram colocadas em situações e cargos cuja técnica desconheciam e, por apresentarem performance baixa, foram, lamentavelmente, desmerecidos (por eles próprios, inclusive!). Não se coloque em armadilhas. Esteja muito bem preparado, estudando, planejando e cultivando sempre a confiança em si mesmo.

 

  1. Resiliência: nos dias de hoje, é a mais demandada delas. Esta competência que, quando confrontados com problemas e adversidades, conseguimos reunir forças e energias para nos sustentarmos, nos recuperarmos e até progredirmos para alcançar os resultados desejados. E, como cada um de nós funciona de uma maneira, todas estas coisas que escrevi acima podem soar como algo difícil de executar, quase impossível. Uma sugestão? Faça o exercício constante de separar o que é positivo e negativo em seu caminho. Este movimento, somado à prática do otimismo, com carga generosa de realismo; a esperança bem fundamentada e a autoconfiança em realizar suas tarefas de forma eficaz,  elevarão a sua resistência diante das situações difíceis.

     Como disse, não há receita de bolo, nem mágicas. Há, sim, ferramentas e técnicas que, se praticadas com comprometimento e muito suor, poderão fazer a diferença no posicionamento de sua marca, pessoal e do seu negócio, nesta jornada tão desafiadora trazida pelos novos tempos.

Agora que estamos encerrando a nossa primeira conversa desta coluna, faço a você uma pergunta essencial:

“Que recursos você tem “sacado” de seu capital psicológico para gerir sua marca pessoal nestes tempos?

Vamos refletir sobre isso? Sua marca pessoal é o seu maior PATRIMÔNIO!

  A única pessoa que pode cuidar deste patrimônio é você mesma.

  Até o próximo artigo!

@mulheresemtribo

@multiplasnarrativas

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*Patricia Gonzalez: Sou jornalista, pós-graduada em Marketing, Cinema Documentário e Psicologia Positiva. Mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais, analista comportamental e graduanda em Psicologia. Ao longo de quase três décadas, atuei como repórter em grandes jornais e como executiva de comunicação em importantes organizações e agências de comunicação do país. Também atuo como docente, escritora, palestrante, conselheira de ONGs e facilitadora de projetos sociais voltados a ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade social. Sócia-fundadora da consultoria de comunicação Múltiplas Narrativas e da Mulheres em Tribo, escola de gestão de imagem, carreira e transformação pessoal,  com foco no público feminino. Contribuir para fortalecer a autoestima feminina e ajudar mulheres a liberarem sua comunicação com o mundo é o meu chamado de vida.

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